terça-feira, 17 de julho de 2012

Além do que se vê



Na verdade eu nem sei ao menos como chegarei ao final daquilo que estou construindo hoje. É complicado, mas, nem mesmo as coisas que eu mesmo faço e, penso estar criando e projetando, eu realmente não sei onde vai dar. A nossa mente vai criando e recriando o que vamos encontrando pelo caminho e vamos, no decorrer da vida, sustentando as coisas que achamos ser verdadeiras. Na verdade ninguém sabe o que são. Nem nós.

E assim vamos percorrendo um caminho sombrio que nos coloca no patamar de um saber que nunca se apresenta, nós nunca o tocamos, ele nunca se torna visível, mas, nós ousamos achar que sabemos. Nós sempre teremos pensamentos de saberes desconhecidos que sempre defenderemos ser nosso. É melhor, em toda essa confusão, sentir ausência. Saberes não existem para serem guardados dentro do travesseiro, também não existem para serem jogados onde não sabemos se será cabível, mesmo se este saber é existente.

Não é preciso saber tanto. Simplesmente quem é. Esta é a questão mais complicada da existência. Mesmo assim, sem saber para onde vamos e quem somos vamos fazendo de conta e fazendo acontecer coisas que vão se tornando verdades. Não se sabe para quem nem muito menos para que, mas, vão se sacralizando e se tornando um perigo constante.

A procura é e será sempre nossa saída mais confiável. Parece contraditório mas não o é. Procurar não significa um período de retrocesso ou paralisação. O procurador é sempre o privilegiado na legião das coisas crentes. Esse sim saberá que não se sabe nada a respeito do saber. Sempre se irá mais longe quando não se conseguir entender nada. Afinal, o nada sempre estará em uma eterna procura por si mesmo e se nós nos tornarmos, ou ao menos nos aproximarmos deste nada, estaremos ao menos no processo de iniciação de procura e, quem sabe, entendimento.

Mesmo assim, é sempre complexo pensar que não nos contentamos com a ideia do nada saber ou ser. Entra em cena uma ideia de frustração futura em que não se será possível fugir. Quem chega a essa ideia sabe do que falamos até agora. Ter e perder, ser e não ser, estar e não ser, parecer e não se contentar, ficar e não permanecer, esperar e não finalizar.



Ednaldo Oliveira, SDB
Jaboatão Guararapes/PE, 10 de julho de 2012.

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