quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Eu queria te dizer o que queria agora


Eu queria te encontrar agora.
Queria te ver, te ter, te acalentar e acariciar, esperar.
Queria conversar, retratar e relatar, repensar e segredar.
As palavras vão travando, quase sem sair.
Elas avisam-me constantemente de seu cansaço, seu desvalor.

Eu queria ser contigo agora.
Queria te falar, te explicar, te jogar tudo, te pedir tudo.
Queria que não se esquecesse de mim, que não sumisse que não fugisse.
As reações que tu revelas são as piores.
Elas relatam exatamente que tu não me queres por perto.

Eu queria ser fingido agora.
Queria ser amigo, ser neutro, ser independente e não esperar.
Queria que não esperasse nada além do posso dar, além do que posso ser.
As coisas estão bem ordenadas e eu não tenho valor sobre elas.
Elas esmagam o meu querer e frustram o que eu quero ser.

Eu queria estar tranqüilo agora.
Queria não ser ansioso, não estar desesperado, e ter certeza de algo.
Queria ter consistências nas minhas satisfações, ser transparente.
As inconsistências negam as minhas necessidades.
Elas não me deixam ter coerência nas minhas opções.

Eu queria te dizer o que queria agora.
Queria ser transparente e não mudar nada no que quero no que falo.
Queria constituir minhas motivações e ser transparente contigo.
As minhas intenções não são amadas e precisam ser direcionadas.
Elas devem clarificar os meus sentimentos e transformá-los em Amor.

N. Ednaldo Oliveira, SDB.
Barbacena/MG, 12-22 de setembro de 2011.


terça-feira, 13 de setembro de 2011

Retalhos de pensamentos jogados e amassados

A busca da minha essência me traz tantas conseqüências. Eu sei às vezes para onde vou, eu sei as vezes que quero isto ou aquilo, sei quem quero ao meu lado ou as léguas de mim. Este caminho é muito doloroso, complexo, longo, desafiador. A gente só se percebe neste conflito, neste contexto, depois que está dentro dele, entre ele.
É tão complicado. Eu ás vezes me pego dentro de tantas bobagens, entre tantos outros bobos. E a vida vai assim passando e os dias dependurando-se entre esses desvios. Tantas me pego traindo a mim mesmo entre tantas coisas que me perco. Não sei se fico não sei se vou, não sei se volto ou continuo. E quando então voltarei para mim? Esta fuga constante de minha essência, esse jeito desenfreado de dar uma resposta correspondente a cada indagação.
Quando eu me pego sozinho essas coisas retornam como uma enxurrada de ideias que me crucificam, me apertam e clamam por respostas vindas do último espaço do meu ser para o último espaço do meu ser. Ah! Que complexo meu Deus. Porque você não me olha na cara e me coloca logo no meu lugar? Leva-me logo ao meu posto. Eu quero logo encontrar a minha essência; mostra-me logo a minha finalidade, o que eu preciso, para que vim até aqui. Eu tenho medo de me afastar muito e não saber mais voltar. Por onde eu começo a voltar ao retorno? Tudo é tão relativo. As coisas são tão sem valor. O que é nosso valor? O que vale mesmo a pena?
Quero voltar. Quero chegar naquele primitivo principio. Estar na aventura não é tão venturoso. A busca constante é dolorosa, chega a sangrar. Onde então me levará este caminho? Não quero a incredulidade dos que creram por não poderem caminhar no conflito questionador e permanecem na ditadura do dogma. Eu quero voltar ao meu lugar, quero me libertar dessas amarras. Quero encontrar a minha essência.

N.Ednaldo Oliveira, SDB.
Barbacena/MG, 18 de julho de 2011.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Que eu não tenha medo de dizer quem sou



Que eu não tenha medo de mim mesmo.
Que eu não exite em conhecer e descobrir o que há lá dentro.
Que eu não espere outros para ingressar neste caminho, que eu seja humilde o bastante para aceitar o lá encontrar.

Que eu não tenha medo de dizer quem sou.
Que eu não exija nada de ninguém.
Que ninguém exija nada de mim, além do que posso dar, além do que sou.
Que eu não seja o que os outros querem.

Que eu não resmungue o que perdi pelo que os outros ganharam.
Que não tenha medo de seguir, de ir, de usar.
Que eu não tenha medo de dizer o que penso e contradizer o mundo.
Que eu não tenha medo do escuro da vida.

Que eu não espere companhia, que eu não resmungue atenção quando minha opção me leva a solidão.
Que eu me configure somente ao meu Mestre e não tome espelho sobre tirania ou ideologia humilhante que me segue.

Que eu não me perca no caminho.
Que eu tenha força e não esqueça para onde estou indo.
Que eu retorne ao meu lugar primitivo, onde está a minha essência, no último espaço do meu ser.


“Que a morte não me encontre um dia, solitário, sem ter feito o que eu queria...”

N. Ednaldo Oliveira, SDB.
Barbacena/MG, 25 de agosto de 2011.