quarta-feira, 29 de junho de 2011

PRINCIPAIS ASPECTOS DA EXORTAÇÃO PÓS-SINODAL VERBUM DOMINI DO SANTO PADRE O PAPA BENTO XVI


Ednaldo Oliveira
[1]

“... Uma nova estação de maior amor pela Sagrada Escritura da parte de todos os membros do povo de Deus, de modo que, a partir da leitura orante e fiel ao tempo se aprofundem a ligação com a própria pessoa de Jesus.” [2]

INTRODUÇÃO

            A Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, aconteceu no Vaticano de 05 a 26 de Outubro de 2008, teve como o tema: A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja. Foi uma experiência profunda de encontro com Cristo.
            Com esta exortação apostólica pós-sinodal, o Santo Padre acolheu de bom grado o pedido que fizeram os Padres de dar a conhecer a todo o povo de Deus a riqueza surgida naquela reunião Vaticana e as indicações emanadas do trabalho comum.[3]
            Ele indica aqui algumas linhas fundamentais para uma redescoberta, na vida da Igreja, da Palavra divina, fonte de constante renovação, com a esperança de que a mesma se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial.
            Trataremos aqui de um texto admirável que nos dá uma síntese de toda a fé cristã, que nos dá a conhecer o fundamento da nossa vida: O VERBO.

1.0  .  VERBUM DEI
   O DEUS QUE FALA
           
“Portanto, exorto todos os fiéis a redescobrirem o encontro pessoal com a Palavra de Deus na comunhão eclesial, pessoal e comunitária com Cristo; Verbo da vida que se torna Divino.” [4]
           
É marcante a palavra introdutória do Santo Padre. As palavras por ele usadas dão um tom de movimento a toda a ação e motivação do documento. Sua alegria em estar junto aos Padres sinodais e, uma das prioridades do Sínodo: “reabrir no homem atual o acesso a Deus que fala e nos comunica seu Amor.”
            O desejo ardente de que Deus fale e responda as nossas perguntas. As presenças de um rabino e do Patriarca Ecumênico de Constantinopla deram aos pastores de todas as partes do mundo ali presentes, uma profunda gratidão e a constatação de que na Igreja há um novo Pentecoste também hoje, ou seja, que ela fala em muitas línguas, e isto não só no sentido externo de estarem nela representadas todas as línguas do mundo mas também, e mais profundamente, no sentido de que nelas estão presentes os variados modos de experiência de Deus, a riqueza das culturas; e só assim se manifesta a vastidão da existência humana a partir da vastidão da Palavra de Deus.[5]
            Sobre as diversas modalidades de com que usamos a expressão Palavra de Deus; os Padres sinodais acenam para uma sinfonia de palavras, de uma palavra única que se exprime de diversos modos: Um cântico a diversas vozes[6] que não faz de nossa religião uma religião do livro, mas a religião da Palavra de Deus, o Verbo encarnado e vivo. [7] A escuta da Palavra de Deus leva-nos em primeiro lugar a prezar a exigência de viver segundo a lei “escrita do coração”, isso nos dá, por meio da graça, a participação na vida divina. O realismo da Palavra de Deus nos leva a mudar nosso conceito de realismo: realismo é quem reconhece o fundamento de tudo no Verbo de Deus; a ceia criptológica mostra como o Senhor abreviou a sua Palavra, o próprio filho é a Palavra, é o logos: a Palavra eterna fez-se criança para que nós a entendêssemos. Agora ela tem um rosto, uma voz e por isso podemos ver, Jesus de Nazaré.[8]
            O sínodo também recomendou que ajudassem os fiéis a bem distinguir a Palavra de Deus das tantas revelações privadas, cujo papel não é completar a revelação definitiva de Deus, mas ajuda a vivê-la mais plenamente.

1.1  .  A PALAVRA DE DEUS E O ESPÍRITO SANTO

A Palavra indica a presença do Espírito Santo que faz a comunicação entre o Pai e o Filho. Ele nos indica sua presença na história da salvação e particularmente na vida de Jesus. Ele é o protagonista da encarnação do Verbo, do inicio da vida pública, do batismo e de todo o processo da missão do Cristo. Olhar para o paraclito nesta dimensão nos remete aos nossos pais na fé, o percurso que eles fizeram durante séculos de escravidão, não sozinhos, mas sempre com a atuação daquele que permanecia fiel em toda aquela história.
            A culminância disso tudo, que nós já conhecemos e comungamos a concretização em Jesus Cristo, é o nosso Deus na permanência de sua fidelidade. Concretizar a história não põe nela um ponto final, pelo contrário, a continuidade disso tudo dá-nos lugar neste contexto, atuante até.  Em toda a história da Igreja, em seu nascimento, em seus momentos mais oscilantes, nos momentos críticos e nos mais abundantes, ele sempre esteve presente. É o povo de Deus á caminho. É o Espírito que nos espera ansioso e quer ardentemente (respeitando nossa liberdade) que nos tornemos iguais, seres divinos. É a continuidade do movimento.

A LITURGIA NO SISTEMA PREVENTIVO DE DOM BOSCO



Ednaldo Oliveira[1]

“Em meio a rodadas e rodadas de spiribal, partidas mais partidas de futsal, gritos de euforia pela vitória, choro e confusão momentânea pela perda, todos eles (meninos e meninas, educadores e educadoras, salesianos e salesianas) são santificados enquanto Deus é glorificado.”

INTRODUÇÃO:

Igualar Sistema Preventivo e Liturgia é desafiador nos dias atuais. Ao mesmo tempo em que envolvente, interessante, necessário. O que fazer na vanguarda dos dias para salvar os nossos jovens e levá-los á contemplar a face do Altíssimo? Como encontrar novos místicos hoje? Como fazer da liturgia um lugar atraente para esses nossos destinatários?
A resposta para esses e tantos outros questionamentos estão no sistema preventivo. A proposta daquele padre do Piemonte é atual e operante até os nossos dias. Educar é tarefa expressiva e fundamental em uma sociedade carente e relativista em que nos encontramos; valores se foram com o vento, família tornou-se porto sustentável (economicamente falando), “Deus afastou-se” do ser humano e não responde mais aos seus anseios mais profundos. O caminho percorrido por Dom Bosco é seta para a felicidade, elevação ao Divino.
Seu olhar adiante dele abre novas perspectivas para os seus discípulos levarem á frente seu projeto educativo. Nele, a educação é vista de forma abrangente, que prepara para a vida. Sua visão de futuro, não tinha outro objetivo senão a promoção integral da pessoa (salvação), “Da mihi animas, cetera tolle”.
Elevar á pessoa ao Criador não pode ser outra coisa senão, louvor, celebração, liturgia. Dom Bosco anuncia a “obra da salvação pronunciada por Deus”, entre cantos, festas, artes, esporte, e muita, mais muita correria.
A chave deste infectante instrumento é a assitência-presença. Durante esta nossa conversa constataremos que valor e que poder tem esta grande arma. Nenhum segredo, nenhum enigma, nenhum código; simplesmente, acompanhar, estar junto e AMAR.

           1.0.    A LITURGIA NA SACROSANCTUM CONCILIUM

 1.1.  LITURGIA COMO FONTE DE VIDA NA SACROSANCTUM CONCILIUM

A liturgia é o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo é a fonte de onde sai toda a sua força. Ela é fonte de vida para a Igreja. Pois os trabalhos são feitos para isso:

“Que todos se reúnam, louvem a Deus no meio da Igreja, participem do sacrifício e comam a ceia do Senhor” [2]

            A própria liturgia impele os fiéis que, saciados, sejam concordes na piedade; que conservem em suas vidas o que receberam pela fé. Da liturgia, portanto, deriva a graça para nós, e com maior eficácia é obtida aquela santificação dos homens e glorificação de Deus para qual tende todas as nossas atividades.
Terena.

1.1.        A LITURGIA TERENA E A LITURGIA CELESTE NA SACROSANCTUM CONCILIUM

Esta comparação que o documento faz sobre a liturgia é fantástica. Ter a mentalidade de estarmos antecipando as coisas do alto é fascinante e, ao mesmo tempo, comprometedor. A obra da salvação passa por esta dimensão, o já e o ainda não. Ao iniciarmos um ato litúrgico, nós estamos juntos com todos os que lá residem, no céu, na eternidade, para onde peregrinos nos encaminhamos.
E o nosso papel como praticantes do Sistema Preventivo de Dom Bosco não faz outro percurso se não, esse.

1.2.        SIGNIFICADO DA RELIGIÃO NO SISTEMA PREVENTIVO

Dom Bosco entendia a religião como instrumento de fundamental da educação. Como instrumento de salvação a religião oferece os canais da graça (sacramentos) e a doutrina que guia neste caminho seguro. Como meio de educação, a religião tem o papel de mudar e transformar as pessoas.[3]
Era uma concepção religiosa da vida, toda vivida á luz de Deus e de seu serviço. Insistia-se na presença paternal de Deus e estimulava-se a resposta de obediência filial e de amor: “Servir ao Senhor com alegria”.

1.3.        A RELIGIÃO E O JOVEM EM UMA SOCIEDADE PLURALISTA

A necessidade mudou com relação aos tempos de Dom Bosco. A situação sócio-cultural faz com que os jovens de hoje sejam também diferentes daqueles do tempo de Dom Bosco.
O jovem brasileiro é místico e possui um jeito todo especial de se ligar com Deus sem se ligar com uma instituição religiosa. Há jovens abertos á todas as experiências recolhendo o que interessa de todas as religiões, com as quais entram em contato.

sábado, 11 de junho de 2011

A RESPOSTA DO SISTEMA PREVENTIVO DE DOM BOSCO À ENTRADA DA GERAÇÃO JUVENIL NO MUNDO DAS DROGAS


Ednaldo Oliveira*[1]


RESUMO

            Este trabalho apresenta os pontos culminantes na sociedade atual; família, decisões, acompanhamento, direcionamento dos filhos, e, as drogas. Serão aqui tratados todos esses tópicos segundo a pedagogia de um dos mais influentes santos da historia da Igreja, e, não só dela, mas de todo um estudo acadêmico na área da educação de seu século e depois dele; São João Bosco.

PALAVRAS CHAVES: Heranças genéticas, família, coerente, acompanhamento, educação, prevenção, drogas, vícios.

INTRODUÇÃO
           
            As orientações aqui apresentadas são baseadas em grandes autores que se destacam na área da pedagogia Salesiana de Dom Bosco, e não só nela; e tratam deste tema, novo ainda, como sendo o grande marco para o futuro de uma sociedade que “precisa de bussola”, e o grandessíssimo papel que o sistema preventivo pode ser para determinado tema.
            Será este o nosso ponto de partida. Pode-se educar ao acaso, ou então aplicar um “sistema”, que tem a vantagem de oferecer pontos de referencias e continuidade, facilitando a tarefa mais importante da existência humana. Este trabalho traz algumas reflexões para pais, educadores, brotados do coração de um sistema educativo, que continua a mostrar-se surpreendente e eficaz.
            O texto, todavia, não se limita a orientação de pais, pelo contrário, é dirigido a todos os salesianos de dom Bosco, e a toda a família salesiana; o texto reflete o anseio de partilhar, com todos, a experiência paterna de dom Bosco, a partir da convivência entre os seus jovens no pátio-palco primeiro da realização do carisma educativo salesiano.
Será um percurso de uma realidade oscilante na sociedade atual. E como o sistema preventivo pode responder a tantas indagações? Veremos! Boa leitura...

Uma sociedade Carente

             Estamos na era do não saber, na era do querer, do poder, do parecer. Sem razão. É assim que nos encontramos... Pais e filhos não se conhecem mais, não se amam mais, não se entendem mais, não se suportam mais, não se espelham mais,não se respeitam mais,  não se esperam mais.
            O momento é de compras! Não existe tempo mais para nada. Se estou cansado depois de uma semana de trabalho, para onde vou? Compras! Motivo? Relaxar... Se não tenho tempo para meus filhos, estufo-os de dinheiro e eles sabem como se virar. Onde estão as nossas referencias no mundo contemporâneo? Estamos enterrados em uma maresia totalmente carente onde reina a ordem do existencialismo, do bem estar, do prazer, do logo, do agora. E depois de tudo isso? Onde nos encontramos? A resposta é simples e precisa, terapias e livros de auto-ajuda. Sem alicerce, essa é a nossa marca. Sem ideais, sem projetos, sem planos, sem chaces, oportunidades. Sem verdade.
            Pais, retornem para seus filhos, retomem o tempo da velha infância, tragam de volta o carinho negado aos seus. Andem! Levantem! Ajam! Acordem! Não deixem, não esperem que este sentimento eles encontrem nas tantas  substancias existentes e pertinentes no agora. Despertem para os valores, os reais valores que  deixamos dependurados em algum manequim por onde passamos desesperados em ser os primeiros a ter e ser.
            Nossas referencias foram enterradas justamente com os nossos valores. Estamos em luto permanente, choramos constantemente nossa vontade de voltar, nossa pobreza em não tentar, nosso ato medíocre em estacionar. Choramos nossas culpas, choramingamos nossas derrotas, sacralizamos as incapacidades.
            Despertemos pois para o nosso primitivo destino, a fertilidade. O projeto primeiro para o ser humano é esse, iguais ao Criador, divinos por participação. Lancemos o olhar sobre esta capacidade que é nossa; iguais á Deus é o nosso destino. Seres prósperos e criadores, lançadores constantes de novas pontes, novas fontes, novas oportunidades, horizontes reais e bem longe do que pensamos. É esta a nossa natureza e para isso existimos. Deus não nos criaria para o fracasso, para a derrota, para a inconstância; muito menos ousaria dizer que "somos sua imagem e semelhança."
            O Criador, em nenhum momento, esteve distante dos seus. A nossa liberdade nos abra caminhos surpreendentes, e nós vamos cada vez mais nos afastando da nossa aspiração primeira, sem saber o caminho de retorno, patéticos nós somos.
            Deixar um pouco nossas sacolas, reencontrar a nossa essência, ir ao real motivo da fuga. Retornar a nós... Eis a trilha, fugir não é evoluir!

                                                                                                                           N.Ednaldo Oliveira, SDB.
Barbacena/MG, julho de 2011.



domingo, 5 de junho de 2011

Em um eterno contemplar, quero acordar

Eu nunca soube que elas tinham tanto valor, que chamavam tanta atenção em elevar e anunciar seu autor.
Eram como meros pontos que faziam parte do término de um dia e espera do outro.
Deveríamos atuar neste grande espanto como reais vigias.
Sai marcando passo, elevando o espaço, tornando possível o porém. Levem-me ao além.
Contempla-los faz de mim um panorama maravilhado na contradição, espanto.
Quando parecia o fim, alguém, toma o lugar e deixa de ser quem.
Toma o lugar e olha pra mim.
Eu parecia um neném quando meu fim está e parece iniciar. Seu papel é esperar.
E a vida vai tomando forma, esticando sua ótica, massacrados ou não, vale a pena o acordar.
Recordar a história, os caminhos passados, os arames farpados que nos abrem os olhos ao a senhora da vida.
Eles brilham como espelhos que fazem refletir o agir, o ter que sorrir mesmo no reprimir, os quero e renego.
Não quero seu olhar, quero permanecer aqui em um eterno contemplar. 
Deixem-me alegre, não levem minha luz. Quero acordar.


N. Ednaldo Oliveira, SDB.
Capina/PE, 2009.

sábado, 4 de junho de 2011

É incerto acreditar no duvidoso

Olhar a vida e perceber que ela mudou, olhar os dias e perceber que eu não mais sou.
Não aquele que a mente não tinha espaço para o mundo louco em que estou, ou que existia e eu não sabia.
Tudo que tenho, tudo que sou, é olhando tudo aquilo que já fui, e o que não fui, apenas pensei. se fosse continuaria sendo.
Não somos nada.
Não existe passado.
Não existe futuro.
Não, é incerto. é tão incerto acreditar no duvidoso, é tão incerto planejar o depois.
Me arrependo tantas vezes, o que fiz? mais ainda dói o que não fiz, o que não quis, o que não vi.
Sempre existe um outro lado a olhar, muito além do que se pode imaginar ou até julgar.
Sentimentos controlados aqui estão, selados ou lacrados, pois sentir é em vão.
Em vão não pra mim, em vão para meus reis que acham mandar ou pensam regrar e fazer assim uma lei.


N. Ednaldo Oliveira, SDB.
Carpina/PE, 2009.

Viver em Condições

Os poetas poetizam a arte de escrever e eternizar, os sentimentos em vão papel. Aqui deixo meu sonho de gritar, de esperar, de amar...
Gritar que existo, esperar ser livre, amar o amor.
Viver em condições, estas não aceitas, essas intoleráveis. Sem razão, sem precisão. 
Sem consulta ou recruta.
Quero um mundo sem odores nem horrores, quero um ato libertato em meu favor. Esqueçamos agora os vãos exílios lá nos trilhos de nossa alma enraizados, ao lacrar de nossa estalta, erigida sobre a razão de nossa vida.
Eis-me agora espiando sobre os encantos que a tão malvada sorte me atirou!
Só queria eu agora então dizer, e aos tirados da sorte escolher: " Quero sol em toda a minha cela!" está suja, insegura e impura.
Sobre o que, eu não sei. Eu não sei dizer...


N. Ednaldo Oliveira, SDB.