sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O fracasso de Deus


            Onde será enraizada uma teologia de um “deus” onipotente que em nada falha em nada erra? O que terá encharcado nossas mentes neste momento em que ousamos colocá-lo no auge máximo do poder? Por acaso um poderoso se preocupa por um humilde qualquer, por um servo qualquer? Por acaso um ser que em nada se assemelha aos seus quereria estar com aqueles que o servem?

            O nosso Deus, o Deus que Jesus Cristo anunciou e nos deu a conhecer; não exerce esse poderio, não aceita esse trono, não precisa desse lugar. Para alguns teólogos, este tema pode trazer um mal estar tremendo, uma grande dor de cabeça; para outros, porém, é uma subida favorável até o monte onde está Deus.

O poderio do nosso Deus é o poderio do Amor, que é Ele mesmo. É neste que Ele quer estar, que Ele deve estar e que ele sempre esteve. É tão mais acessível a nós. E não nos detemos a esta reflexão por complexo de inferioridade pela não aceitação do poder ou de “alguém” que mande em nós. Tal afirmação não muda em nada em Deus, nem acrescenta nem diminui. Ele não precisa dos nossos termos, nos é que necessitamos para chegar até Ele, para nos aproximarmos do caminho até Ele, e consequentemente chegarmos até nós.

E onde então Deus fracassou durante toda a história? Se levarmos em consideração, no antigo testamento a história dos reis escolhidos por Ele para Israel, constataremos que aqueles que foram escolhidos, em nada foram fiéis ao Deus que os chamou. Sendo Deus Onipotente sabia que eles não seriam fiéis, não seriam capazes.

Ao todo foram vinte e quatro reis, somente dois (Davi e Salomão) foram dignos do título da fidelidade á Deus. Desses dois, em um somente podemos confiar em sua fidelidade, o outro nem tanto. Esses que foram fieis a Deus (1 Reis 2, 3) e governaram com sabedoria e justiça servindo ao povo (1Reis  12, 7) que pertencia unicamente a Deus (1Reis 3, 8-9). É neste mesmo livro dos Reis que dar-se continuidade a história da sucessão, interrompida em 2 Sm 20, 22 com a velhice de Davi.

O fracasso do nosso Deus é o Amor pelos seus, Ele não conhece tempo; eterniza tudo. Até mesmo os seus...


S Ednaldo Oliveira, SDB.
Teotônio Vilela/AL, 24 de fevereiro de 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário