A
busca desenfreada pelas coisas não é a finalidade do consumista, é o meio, o
canal. Antes de consumir, a luta dentro de si mesmo é um fator desconcertante e
sem explicação. Perde-se o sentido das coisas e não se sabe mais a finalidade
do ser ou estar. É a principal característica do consumismo: a perda de sentido
e da personalidade. O “ser” humano em sua essência requer um sentido para a
existência e a relação entre ser e ter precisa caminhar juntas. A confusão
gerada é destruidora.
Estando
nesta desestruturação, a luta agora é para mostrar a todos os que estão ao
redor, até mesmo os que não o conhecem e não são influentes, que se está bem;
tendo. Nesta nova fase do desconcerto, se tornam importantes as pessoas que não
eram, tornam-se até determinantes, porque são aquelas que estão no mesmo lugar
que o individuo, nas compras; provas concretas de que se está bem.
Existe uma grande diferença entre consumidor e
consumista. O consumidor é aquele que, ao trabalhar e conseguir seu sustento
precisa consumir para sobreviver. E se esforça bastante para permanecer num padrão de
vida dentro da dignidade de ser humano. Já o consumista, tendo ou não tendo
como se sustentar ele quer somente mostrar. Mostrar, primeiro para ele mesmo,
depois para os outros que ele é. Essa é a primeira luta, depois é que vem a
luta do ter. Que na realidade, ele nem sabe que é um consumista, um doente.
O
símbolo da felicidade humana é o SER e não o TER. O único consumo dotado de
dignidade humana é o consumo de si mesmo, é o perder-se em si mesmo, é o
encontrar-se e encerrar-se em si mesmo. É esse o projeto do ser humano, se
encontrar. É uma busca constante e desafiadora. Ao mesmo tempo, uma aventura
por entre os mistérios de nossa consciência e inconsciência.
S Ednaldo Oliveira, SDB.
Recife/PE, 11 de março de 2012.
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