"... onde quentinhos e escondidinhos nos contemplaremos á luz de nossos condenantes, em um insuspeitável lugar."
Eu queria encontrar-te.
Naquele lugarzinho onde ninguém mais pensaria existir, nem mesmo você. Ah! como eu queria.
Conversar e rir, galhofar e pensar, refletir e criticar, se alegrar e abraçar.
Eu me inquieto tanto, eu me perco tanto, me confundo e misturo tudo. Me sinto mal com essa nuvem negra que paira e demora ir embora.
O que eu queria mesmo era te roubar, te raptar e separar de todo o resto, ser egoísta no gesto de guardar.
Um abraço ou um toque, qualquer um me rebaixa ao extremo da dura realidade. Você me tem como referência e não era isso que eu queria. O que eu queria era esse jeito matuto em meus braços, confundindo os nossos corpos e ouvindo batidas não mais intercaladas, mas ajustadas, agora á uma só matéria.
Molhados e suados não mais exigiríamos ou pensaríamos no que nos rodeava, simplesmente olhariamos olho a olho enquanto nossos corpos reagiriam.
Aqui tá tão frio agora e o teu corpo me alegra ao aquecer me pensamento na matéria pensante, sua pele encostando e gastando a beleza do momento, teu cabelo lizo enrolando e massageando a minha face.
Sentimentos escondidos e esquecidos, repreendidos aparecendo alí naquele cubículo infinito onde não existe relógio, não existe tempo nem norma.
Eu tenho medo de te espantar, te afastar, de te perder; esses mesmos também são seus e nós vamos usando sinais, decifrando-os e reenviando-os novamente.
Eu só sei que quero você.
n. Ednaldo Oliveira, sdb.
Barbacena/MG, 26 de abril de 2011.
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