segunda-feira, 18 de julho de 2011

A força de um domingo frio

             Tá chovendo aqui agora. O frio rói o meu corpo feito ácido a matéria desprovida pelo refúgio ao iônio, vem que eu tô sozinho essa hora e esse danado vem, e chega a me apavorar. Parece até tá rindo de mim por estar sozinho em tendora.
             Atormentam-me esses pingos ordenados em ritmos, coreografia ensaiada ao descaso. Tá todo mundo escondido aqui agora. Recolhidos em sinais de união, confundidos sem sinais  nem cordão, recrutados com vontade expandida. Vem comigo atravessar o andar, onde o parar é encontrar motivos e retícios. Vem comigo.
            Tá tão escuro aqui agora. é nessas horas que a ferida mais aperta, chega até sangrar; ele acalma mesmo quando tudo então parece apuro. E eu fico quieto, tremendo; a procura de um blusão que me atire aos teus hormônios.
            Tá tudo tão confuso aqui agora. E eu não distingo mais nada neste vale; pareço ouvir vozes, perecem zombar até de mim, pareço estar louco, mas lembro de você, pareço estremecer, mas m e aqueço com a ideia. Luta pela aurora.
            Tá chegando luz aqui agora. Vem, vamos embora comigo, vamos construir aquele lugar que pensamos e queríamos. E ai eu não mais teria frio. Vamos ser pra valer onde minhas letras já habitam. Tá tudo confuso aqui agora. Não entendo como queres continuar na noite fria quando podíamos ser ou ter, porque o medo? Estamos circulando em meio ás penas fumaçantes conquistados em honomastos.


N. Ednaldo Oliveira, SDB.
Jaboatão dos Guararapes/PE, 15 de junho de 2010.

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