quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pela incerteza de um feliz fútil

       Quero a expectativa interminável que congela o acontecido e extermina meu ego passageiro. Pare tudo aqui ao nosso redor pela incerteza de um feliz fútil que não se constrói no agora; afinal, que a hora de começar o tudo apareça neste estopim de ideias sem limites ou kit´s.
        Esperar e esquecer o que há de ser, o que há de haver. Quem é este homem que me quer tornar divino? Loucura interminável entregar-me em suas mãos, assim totalmente, assim dependente. tomas parte da minha vida sem pedir, tomas posse da minha história, e eu, o que farei então? Mesmo quando não quero tu me elevas; mostra-me então o que posso ou sou com esse elo.
      Tu não me pedes nada! A vida vem se construindo, e eu nada sou. A vida é tirada, me arrancada, entra em cena uma história divina que eterniza e não me pergunta o que quero, não se preocupa o que espero. Que resposta darei? Onde parei?
       E eu digo que vou, digo que estou. Mesmo que eu não queira, mesmo que eu não seja, não esteja. Eu entro no mistério de uma predestinação que me conjuga, me coloco no mistério. Eu então sou mistério junto com o elo, e então me confundo.
       É nesta história toda que eu quero ser. Ser do eterno, ser eterno e do eterno existir. Como aquela virgem que em nada foi ela mesma, que em nada se fez o seu querer, mas em tudo foi feliz. Tira-me do perigo do ser eterno transformar-se em ego. Retira-me do tempo, apague-me e deixe-me servir, ser e existir no anonimato. 


N. Ednaldo Oliveira, SDB.
Jaboatão dos Guararapes/PE, 06 de dezembro de 2010.

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