segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A REALIDADE DA LIBERDADE COMO POSSIBILIDADE ANTERIOR À POSSIBILIDADE



Ednaldo de Oliveira Santos, SDB[1]

Resumo: A responsabilidade por inaugurar O conceito de Angústia como tema filosófico cabe à Kierkegaard. Este tratado repercute em todo contexto filosófico do dinamarquês e influencia os principais filósofos da época, chegando também a influenciar até mesmo o contemporâneo Heidegger. Enquanto abre vários caminhos de interpretação, a obra de Kierkegaard passa por diversas áreas do conhecimento como a psicologia, a teologia e terminando na filosofia, tornando denso e herdeiro de uma complexidade ímpar. Trabalha conceitos cristãos e termina em sua tensa ligação com a filosofia hegeliana. Este artigo objetiva apresentar a relação existente ente liberdade e angústia presente naquela tornar-se-á a principal obra deste estudo. A angústia é constituinte da natureza humana. Ela acontece quando o homem é posto diante de um precipício de possibilidades, segundo o filósofo dinamarquês. Nesta obra se encontra um jogo de significados entre as palavras: pecado, inocência, queda e culpa onde o autor as compreende e lança uma nova interpretação, de forma polêmica e bem diferente daquelas feitas tradicionalmente por Agostinho.



Palavras-chaves: Possibilidade. Liberdade. Anterioridade. Angústia













INTRODUÇÃO


Soren Kierkegaard, conhecido por publicar a maioria de suas obras sob pseudônimos diferentes, lança em 1844 como Vigilius Haufniensis, tendo como significado: O Vigia do porto ou o vigia de Copenhague, a centralidade de sua obra, a saber: O Conceito de Angústia. Neste pequeno e denso tratado o autor estuda o conceito de angústia como algo que está intrínseco á natureza do homem e a sua necessidade na formação do indivíduo. Este livro se tornou um dos preferidos para a maioria dos filósofos existencialistas como Sartre, Japers e Heidegger, entre outras personalidades.

O subtítulo desta obra delineia os pressupostos da proposta filosófica de Kierkegaard. Faz uma curiosa relação entre a comunicação, a dogmática e a psicologia. A psicologia aqui tem uma conotação diferente, dentro de outro contexto, não como a que entendemos atualmente. Essa diferença no termo da psicologia está totalmente ligada ao estudo a cerca do tema da angústia, do pecado original e da liberdade. A psicologia se torna então a ciência precisa para o estudo da angústia. Mas como trabalhar o conceito de pecado se na ciência o pecado não existe ou não tem valor algum?

Kierkegaard dialoga com as tradições hegelianas do seu tempo, com os dogmas estabelecidos também pelo Pensador de Hipona, Agostinho. Hora se afasta, hora se aproxima do pensamento agostiniano. Vigilius Haufniensis relata a cerca de Pecado Original, Queda, Inocência, Pecado Hereditário, dentre outros temas, polemizando tais conceitos e lançando novas visões e sua tese a cerca do conceito de angústia. Este pequeno tratado poderia ser considerado como mero trabalho de teologia por seu víeis dogmático e sistemático. Todavia, é preciso obsevar que Vigilius parte de toda essa sistematicidade para então chegar ao seu próprio “tratado”.

O erro da tradição foi de sempre focar o tema do pecado ao de pecado hereditário, o que sempre levava à queda. Propondo uma nova leitura do Gênesis, Kierkegaard traz uma nova visão a cerca da pessoa de Adão; o ver não como homem histórico, mas como protótipo de primeiro homem. A angústia passa a ser princípio do homem, anterior a tudo, desde sua mais singela inocência, desde aquele estado que está para antes do pecado e que vai o acompanhar em toda a sua existência. Sendo assim a angústia está anterior até mesmo a toda possibilidade presente na história humana. Esta é a angústia do homem, ver-se diante de um infinito de possibilidades.

Este artigo se deterá no tema da liberdade presente na obra de Kierkegaard, tomando a figura de Adão como primeiro homem que foi colocado frente à possibilidade anterior a toda possibilidade, diante da possibilidade de escolha, diante da possibilidade de liberdade. Quererá ser uma reflexão sobre o homem Adão, aquele que leva a responsabilidade do primeiro pecado, este que fora resultado do salto qualitativo. A angústia é o estado de liberdade que o homem se vê, é o momento em que ele se encontra diante de infinitas possibilidades, a angústia é “a realidade da liberdade como possibilidade antes da possibilidade” (KIERKEGAARD, 2010, p.45).  A cerca do pecado, este é um mistério, não tem explicação. Não está encerrada em Adão a culpa pelo pecado original. 



1.    A QUESTÃO DA POSSIBILIDADE COMO ANTERIORIDADE

1.1.        A POSSIBILIDADE E SUA RELAÇÃO COM A ANGÚSTIA



Para toda e qualquer ação existiu antes outra ação, outro agir que transformou o querer em poder e o fazer em ser. As possibilidades fazem parte dos anseios mais primitivos do homem. Foi sempre possível alguma coisa, foi sempre possível esperar, fazer, executar, ser. O conceito de angústia tem relações intrínsecas com o tema da liberdade e esta é posterior ao tema da possibilidade. Antes de toda decisão existe algo a posteriori que coloca o homem no patamar das infinitas possibilidades que estão diante dele. Pegar ou largar? Ir ou ficar? Ter ou não ter? Ser ou ter?

Dentro do contexto em que Kierkegaard escreve e fundamenta sua obra, a angústia é este processo, é este estado a posteriori que está intrinsecamente ligado, em relação com a possibilidade. A angústia antecede toda e qualquer escolha. Ela está para o horizonte da possibilidade assim como para o horizonte da liberdade.

Esclarece o filósofo dinamarquês:

“Ela (a angústia) não tem nenhuma ideia do que é que ela seria capaz de fazer, pois de outro modo se pressupõe, certamente - como em geral se sucede – o que só vem depois, a distinção entre bem e mal. Existe apenas a possibilidade de ser-capaz-de, enquanto uma expressão superior da ignorância, porque essa capacidade, num sentido superior, é e não é, porque num sentido superior ela a ama e foge dela (KIERKEGAARD, 2010, p.48).”



É esta possibilidade que se relaciona com a angústia, talvez até possamos afirmar que exista uma confusão entre as duas, mas que nenhuma perde seu papel. A angústia é este estado em que o homem se encontra quando se encontra diante da possibilidade, diante deste estado de ser-capaz-de. “Só” isto existe.



1.2.        A RELAÇÃO ENTRE POSSIBILIDADE E PROIBIÇÃO



Assim como para toda possibilidade existe a angústia em ter que escolher, em ter que decidir, existe também a proibição de toda e qualquer possibilidade. Kierkegaard para ilustrar isso usa a figura de Adão. Este é figura do homem que se encontra diante da situação de ser proibido de pensar em possibilidades, proibido de escolher.



“Pois quando se admite que a proibição desperta o desejo, obtém-se ao invés de ignorância um saber, pois neste caso Adão deve ter tido um saber a cerca da liberdade, uma vez que o prazer consistia em usá-la. Esta explicação é, portanto, a posteriori. A proibição o angustia porque desperta nele a possibilidade da liberdade. O que tinha passado despercebido pela inocência como o nada da angústia, agora se introduz nele mesmo, e aqui de novo é um nada: a angustiante possibilidade de ser-capaz-de (KIERKEGAARD, 2010, p.48).”

Quando Kierkegaard comenta o livro do Gênesis ele faz afirmações no mínimo polêmicas. Para Adão, a proibição não significaria nada por ele não saber distinguir o bem do mal estranho, não sabe de nada. No entanto, a proibição desperta em Adão o desejo, lançando-o a um saber a cerca da liberdade. Este saber é pura angústia, é um alerta sobre a possibilidade de liberdade.  No momento em que o ser humano é posto diante da possibilidade de ser-capaz-de, nada o pode impedir deste seu direito, desta sua ação que lhe está intrínseca. A liberdade faz parte da natureza humana e ninguém pode impedir o homem de escolher. Adão foi posto nesta situação. Foi negado a ele o direito de escolher e isso o torna um ser limitado, um ser angustiado por não poder experimentar as possibilidades de sua natureza.

Jonas Ross afirma que não existe relação entre proibição e tentação e que esta proibição está relacionada com as possibilidades subjetivas de Adão.



“Quando isso acontece esse despertar da possibilidade, a angústia perturba a paz da inocência, a inocência que se encontra entre a proibição e a possibilidade desconhecida. A angústia traz à tona ao sujeito suas próprias possibilidades que lhe são indefinidas (...). Os elementos externos envolvidos na história, a proibição, as palavras e juízo, aumentam a angústia internamente em Adão, levando a inocência a seu extremo (ROSS, 2007, p. 144/145).”



A angústia elevada ao máximo da inocência não é pecado para Kierkegaard, nem nunca se tornará porque o pecado é algo imanente e a relação do homem com o pecado é de transcendência. Neste sentido, Haufniensis se difere de Agostinho:



“É a vontade desregrada a causa de todos os males. Se essa vontade estivesse em harmonia coma natureza, certamente esta a salvaguardaria e não lhe seria nociva. (...) Logo, ou a vontade é a causa primeira do pecado, e a nenhum pecado será a causa primeira do pecado, e a nada se pode imputar o pecado senão ao próprio pecador. Logo, não se pode imputar justamente o pecado a não ser a quem seja dono da vontade. Ou, afinal, a vontade não será mais a causa do pecado e, assim, não haverá mais pecado algum (AGOSTINHO, 1995, p.207).”



            Em Agostinho o que levou o homem a pecar foi o livre arbítrio. Aqui se dá a grande diferença entre o filósofo de Hipona e Kierkegaard que defende que o homem não pode ser responsabilizado pelo pecado que entrou no mundo. Para Vigilius, o pecado é algo que se dá na relação do homem com ele mesmo, é algo transcendente. Nem o pecado nem a liberdade podem ser explicados partindo desses pressupostos, pois eles partem do nada.



2.    A RELAÇÃO ENTRE POSSIBILIDADE E LIBERDADE

2.1.        O CONCEITO DE ANGÚSTIA OBJETIVA



A expressão “angústia objetiva” leva ao termo da angústia da inocência que conduzirá sempre ao tema da possibilidade da liberdade. A angústia objetiva é aquela que reflete o sentido da pecabilidade da inocência do mundo inteiro. Essa angústia passada por toda a humanidade, manchada com a marca do pecado, marcada com a infeliz dose de desilusão. Depois de Adão, todos estão manchados, não podem mais angustiar-se.

Aqui se torna claro como que um estado de melancolia que se espalha. É como um estágio permanente de imperfeição. É na angústia que se pressagia o estado do qual se quer sair e a angústia que proclama não ser bastante somente o desejo para que daí se saia (KIERKEGAARD, 1968).

Aqui reside o cerne do pensamento de Vigilius. Pensar o homem como ser angustiado é pensar no homem não como tendo capacidade de decisão entre o bem e o mal, mas no ser-capaz-de. Sendo assim, a angústia é constituída como elemento de determinações intermediárias.



2.2.        O CONCEITO DE ANGÚSTIA SUBJETIVA

A angústia subjetiva é um sentimento de desestruturação, de falta de equilíbrio, de que tudo gira à nossa volta. É uma vertigem da liberdade que surge ao desejar o espírito estabelecer a síntese, fechar-se, então a liberdade entra em cena lançando o olhar sob um infinito de possibilidades, na tentativa de não fechar-se, de não afundar, de não perder-se.  Não é que a infinidade de possibilidades não nos coloque no patamar da angustia, como já vimos, mas a angústia chega a causar no individuo certo feitiço consciente que o deixa inquieto e em constante ansiedade.

Está presente, no cerne de cada ser humano essa angústia. Seja objetiva ou subjetivamente, urge dentro do individuo essa confusão, essa desestruturação em ter que escolher e largar, pegar e soltar. É quase inevitável querer lançar fora, passar desse estágio e não dar-lhe a importância que lhe é própria. Isso ocorre porque, escolher não é uma tarefa fácil, requer pensamentos e pesagens que o ser humano nem sempre quer combater.



3.    A QUESTÃO DA LIBERDADE COMO ANTERIORIDADE NA ESSÊNCIA

3.1.        EXISTÊNCIA E LIBERDADE

Os críticos de Kierkegaard o interpretam de várias formas e o consideram com existencialista, ortodoxo, pós-modernista, individualista, humanista, enfim. Kierkegaard vê o ser humano como um indivíduo único, capaz de tornar-se sempre mais aquilo que ele realmente é. Para o pensador dinamarquês, a existência é alcançada por meio da intensidade dos sentimentos. O individuo realmente existe quando ele se coloca em permanente contato consigo mesmo e com os outros, quando ele faz disso um processo intenso de experiências.

O pai do existencialismo vai totalmente contra a ideia hegeliana de que todas as coisas estavam já determinadas a acontecerem. É do individuo que partem as coisas, partindo de suas escolhas. Sejam essas escolhas lógicas ou ilógicas, serão elas que influenciarão naquilo que constituirão ser humano. Kierkegaard esclarece que qualquer forma de determinismo é inútil, até mesmo quando se trata do determinismo da liberdade, pois já deixa de ser um movimento livre. Portanto, é impossível provar a liberdade, mesmo que filosoficamente. A liberdade é anterior a qualquer forma de determinação prévia.

O homem não necessita de nenhum projeto que favoreça a sua escolha, ele deve escolher sem nenhuma influência, deve passar e querer estar no processo da angústia. A crença de Kierkegaard de que cada ser humano precisa fazer suas escolhas tornou-se, posteriormente, pilar e sustentáculo do movimento existencialista defendido tão fortemente por Jean Paul Sartre[2].

3.2.        ANGÚSTIA E LIBERDADE



Sentindo necessidade de aprofundar suas ideias acerca da angústia e da liberdade, Kierkegaard expande seus conceitos filosóficos para o campo da psicologia ao lançar a obra que foi escopo para este nosso trabalho, O Conceito de Angústia, assim como O Conceito de Desespero.

A angústia que Vigilius trabalha em seu tratado é diferente do medo de uma ameaça, do terror, do desespero diante do desconhecido. Diante da liberdade em que o homem é posto em meio a inúmeras possibilidades, este se vê sim, inseguro e com medo, mas por ter que escolher. Nesta obra não encontramos um objeto claro de estudo. É talvez a primeira obra de psicologia existencial.

Descobrir dons e talentos é sempre um problema. A liberdade também pode gerar angústia por não oferecer tantos horizontes quanto se esperava. O risco de escolher errado gera uma zona de incertezas que levam ao retorno do estado de indecisão por medo das consequências, que conscientemente virão.  A possibilidade será sempre uma anterioridade, capaz de transformar o universo em que o individuo estiver inserido. Antes de tudo ela existe, livre e esperançosa, capaz formar uma reviravolta na mente ao ponto de nada mais ter sentido. Ao mesmo tempo, capaz de libertar o indivíduo que teve coragem e ousou ser livre, ousou querer.



CONCLUSÃO



          Torna-se cada vez mais complicado pensar a cerca do tema da liberdade. Nos dias atuais, refletir o homem como sujeito de suas próprias escolhas é cada vez mais desafiador diante de um ciclo de sistemas que tentam cada vez mais esmagar aquele que se apresenta mais fraco ou menos convicto. Este é o rosto de vários jovens na modernidade líquida[3], em que estamos inseridos. Como um ser humano que nasce nesse contexto pode ousar ser livre? Quais são as condições oferecidas a ele para que escolha o destino de suas ações, de seus dias? É possível mesmo ser livre, ser protagonista, ou seja, ser senhor de sua vida e de seus dias? Ou o ser humano está condicionado ás condições em que ele está inserido? É possível ser livre sem determinações prévias que estabeleçam alguns pressupostos para a sobrevivência?

Não é preocupação de Kierkegaard explicar a cerca do pecado original ou a cerca da culpabilidade do homem, se o homem é capaz de pecar ou não, mas que o homem é capaz de. Tornar-se capaz de algo, ou melhor dizendo, tomar consciência de que se é capaz de algo é um movimento que compromete toda a estrutura segura da vida.

          A angústia constitui o possível da liberdade e apenas essa angústia forma, pela fé o homem, no sentido completo da palavra, absorvendo todas as finitudes, descobrindo todas as ilusões. O homem que se deixa constituir pela angústia está sendo constituído pela possibilidade, e somente aquele que se forma pela possibilidade é capaz de chegar à liberdade, a um universo de infinitudes. A possibilidade é talvez a mais difícil das categorias.

O homem precisa chegar ao estágio em que, dentro do infinito de possibilidades, ele escolhe passar pelo estágio da angústia e não permite que algo ou alguém dite ou determine suas ações. Escolher atravessa este víeis. O víeis da dúvida precisa ser atravessado pela conquista da liberdade, pelo querer ser autêntico, sem medo, sem reservas, responsavelmente.



REFERÊNCIAS



AGOSTINHO. O Livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995.



ROSS, Jonas. Angústia e pecado original em O Conceito de Angústia: Uma Interpretação. IN: ALMEIDA, Jorge M; PAULA, Marcio G; REDYSON, Dayve. Søren Kierkegaard no Brasil: festschrift em homenagem a Álvaro Valls. João Pessoa: Ideia, 2007.



KIERKEGAARD, Sören. O Desespero Humano (Doença até a morte). Trad.

Adolfo Casais Monteiro. Rio de Janeiro: Abril Cultural, 1988.



KIERKEGAARD, Søren. O Conceito de Angústia. São Paulo: Hemus, 1968.













[1] Ednaldo de Oliveira Santos, SDB é consagrado, Salesiano de Dom Bosco, aluno do curso de filosofia do UNISAL, Campus São Joaquim. E-mail: olinaldoveira@hotmail.com.

[2] Jean Paul-Sartre nasceu em Paris a 21 de junho de 1905, foi um grande escritor e filósofo. Defensor do existencialismo, defendia que os intelectuais precisam desenvolver um papel ativo na sociedade. Como um bom militante, apoiou causas políticas e as defendeu em suas obras. Na obra O existencialismo é um humanismo (1987) Sartre explana o existencialismo e se defende das críticas acirradas que surgiam contra sua tese. Afirmando que a existência precede a essência, o autor acredita que não há uma receita para fazer um ser humano, que Deus não é um artífice superior que antes de criar o homem já tinha seu rascunho em mente. Ou seja, é preciso partir da subjetividade. Ressalta Sartre: “O homem surge no mundo e, ‘de início’, não é nada: só posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si mesmo” (SARTRE, 1987).  



[3] BAUMAN, Zygmunt. Amor Líquido: Sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

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