terça-feira, 9 de agosto de 2011

E eu me via chorando sem lágrimas, gritando sem som nenhum, correndo, suando e procurando...

             Eu queria ter escrito ontem, mas as palavras não vieram, não cederam, não apareceram. Passei a noite inteira sentindo o que não sabia sentir, ouvindo o que não sabia ouvir; fui assim travando luta com as letras que estacionaram em minha mente e lá fizeram morada, meus dedos tremeram e eu não consegui escrever.
              As reações lançam constantemente questionamentos nos fundamentos de minha vida. O meio em que estamos inseridos, as coisas que nos impõem, as condições que nos estabelecem para isto ou aquilo, a capacidade que nós temos de nos afastarmos da nossa essência, a nossa ânsia por momentos e sensações egocêntrica que tão longamente sabemos.
              Clamo por sensações, por loucuras intermináveis, por transes e relances que me ponham na esterilidades das demais coisas. E eu me via chorando sem lágrimas, gritando sem som nenhum, correndo suando e procurando o encontrável ao jeito que queria. Ao mesmo tempo que pensava nisso, e pagava o preço por tais pensamentos, a mente, bem lá no último espaço do meu ser, me dizia: " quero alguém para mim, alguém que me ame, que me seja fiel, que esteja sempre ao meu lado, sempre por perto."
             Em contrapartida, vindo do mesmo espaço, do mesmo sentido, me vinha uma tapa bem dada que mostrava: " quem disse que não já tens essa pessoa? E essa será a única que jamais te largará, que contigo sempre permanecerá." Meu pensamento voltava-se somente para Deus. Nada mais, nem ninguém mais se encaixava neste contexto.
            Como é difícil entender isso! Como é difícil encaixar-se neste contexto...


n. Ednaldo Oliveira, SDB.
Barbacena/MG, 08 de Agosto de 2011.

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