sábado, 11 de junho de 2011

Uma sociedade Carente

             Estamos na era do não saber, na era do querer, do poder, do parecer. Sem razão. É assim que nos encontramos... Pais e filhos não se conhecem mais, não se amam mais, não se entendem mais, não se suportam mais, não se espelham mais,não se respeitam mais,  não se esperam mais.
            O momento é de compras! Não existe tempo mais para nada. Se estou cansado depois de uma semana de trabalho, para onde vou? Compras! Motivo? Relaxar... Se não tenho tempo para meus filhos, estufo-os de dinheiro e eles sabem como se virar. Onde estão as nossas referencias no mundo contemporâneo? Estamos enterrados em uma maresia totalmente carente onde reina a ordem do existencialismo, do bem estar, do prazer, do logo, do agora. E depois de tudo isso? Onde nos encontramos? A resposta é simples e precisa, terapias e livros de auto-ajuda. Sem alicerce, essa é a nossa marca. Sem ideais, sem projetos, sem planos, sem chaces, oportunidades. Sem verdade.
            Pais, retornem para seus filhos, retomem o tempo da velha infância, tragam de volta o carinho negado aos seus. Andem! Levantem! Ajam! Acordem! Não deixem, não esperem que este sentimento eles encontrem nas tantas  substancias existentes e pertinentes no agora. Despertem para os valores, os reais valores que  deixamos dependurados em algum manequim por onde passamos desesperados em ser os primeiros a ter e ser.
            Nossas referencias foram enterradas justamente com os nossos valores. Estamos em luto permanente, choramos constantemente nossa vontade de voltar, nossa pobreza em não tentar, nosso ato medíocre em estacionar. Choramos nossas culpas, choramingamos nossas derrotas, sacralizamos as incapacidades.
            Despertemos pois para o nosso primitivo destino, a fertilidade. O projeto primeiro para o ser humano é esse, iguais ao Criador, divinos por participação. Lancemos o olhar sobre esta capacidade que é nossa; iguais á Deus é o nosso destino. Seres prósperos e criadores, lançadores constantes de novas pontes, novas fontes, novas oportunidades, horizontes reais e bem longe do que pensamos. É esta a nossa natureza e para isso existimos. Deus não nos criaria para o fracasso, para a derrota, para a inconstância; muito menos ousaria dizer que "somos sua imagem e semelhança."
            O Criador, em nenhum momento, esteve distante dos seus. A nossa liberdade nos abra caminhos surpreendentes, e nós vamos cada vez mais nos afastando da nossa aspiração primeira, sem saber o caminho de retorno, patéticos nós somos.
            Deixar um pouco nossas sacolas, reencontrar a nossa essência, ir ao real motivo da fuga. Retornar a nós... Eis a trilha, fugir não é evoluir!

                                                                                                                           N.Ednaldo Oliveira, SDB.
Barbacena/MG, julho de 2011.



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